Do Crédito de Carbono ao Ecológico
“Não é o mais forte que sobrevive. Nem o mais inteligente. Mas o que melhor se adapta às mudanças”
Charles Darwin
Segundo o dicionário, evolução significa o desenvolvimento progressivo de uma idéia e, em se tratando de créditos ecológicos, a definição não poderia caber melhor.
Em 1992, o mundo acena com a necessidade de um tratado que cuidasse de medidas que pudessem minimizar a ação antrópica relacionada ao aquecimento global; em 1997 este tratado é assinado por 194 países e, até 2005, ratificado por 193 deles. A meta do denominado Tratado de Kyoto era a diminuição média de 5,2% (países Anexo-1) das emissões de gases de efeito-estufa relativamente às emissões de 1990 e deveria ocorrer entre os anos de 2008 e 2012. A penalidade pelo não-cumprimento do acordado seria uma multa de €100,00 por tonelada de CO2equivalente adicional. Estamos sendo absolutamente sucintos em nossa explanação, mas a idéia, é esta. Sempre foi entendimento geral que um segundo período do Tratado seria fundamental ao alcance de medidas que pudessem contribuir com o arrefecimento global. E, durante cruciantes cinco anos –entre janeiro de 2008 e dezembro de 2012- a busca pelos parâmetros que definissem este segundo período carregou em si o espelho do santo graal.
E nada. Um arcabouço maravilhosamente desenvolvido, uma ossatura tão perfeita que conta com mecanismos de flexibilização, hoje agoniza em seu leito de morte. O crédito de carbono oriundo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que chegou a alcançar a marca de €26,80, hoje está cotado a míseros centavos e o pior, desacreditado mercadologicamente. Isso porque egos e desconhecimento afloram por todos os lados. Os egos monstruosos dos cientistas, que acreditam em um mercado dócil e adorador, pronto a esperar todo o tempo do mundo por suas gotas de sapiência. E o desconhecimento. Muito do qual alimentado pelo próprio ego destes cientistas, acreditando que sonegar informação ou torná-la de dificílimo entendimento é garantia de poder; um outro tanto pela própria natureza dinâmica do processo, exigindo uma dedicação constante que poucos estão dispostos a assumir.
Diante deste quadro desolador, seria possível encontrar um caminho que pudesse agradar tanto à comunidade científica como ao mercado?
A resposta é sim. A resposta é evolução. A resposta é crédito ecológico.
O crédito ecológico evolve do crédito de carbono. O crédito ecológico contempla os gases de efeito-estufa, mas vai além: com seu Potencial de Impacto Ambiental-EIP, o crédito ecológico premia a ação que reverte ou simplesmente não causa poluição. E aqui vale lembrar que o ser humano é o único bicho que produz lixo. Que a lembrança constante deste fato nos faça usar o cérebro, inacreditavelmente maravilhoso equipamento com que fomos agraciados para buscar soluções que nos façam compreender inequivocamente a necessidade primeva de protegermos o frágil equilíbrio que nos permite a existência.
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